quarta-feira, 17 de abril de 2013

Caminhando pelos vales da morte

É senso comum que nós nunca sonhamos com a nossa própria morte. Às vezes sonhamos que estamos mortalmente feridos, doentes, caindo de precipícios, mas no momento em que vamos morrer, acordamos.

Bom, eu sonhei com a minha morte.

O sonho começou quando eu estava morrendo. Estava sentado quando meu corpo parou. Por um momento eu senti como se tivesse 4 mãos e 4 pés - era o breve momento em que o corpo desfalecia e o espírito tomava consciência de si. Então eu era um espírito, tinha um corpo imaterial, etéreo, que parecia translúcido aos meus olhos, mas, à parte disso, nada diferente do meu corpo material, com roupas, mãos, essas coisas. Como um corpo imaterial (feito de "energia sutil", como eu já li em textos espiritualistas), eu não era mais capaz de interagir com o mundo material, então eu atravessava paredes, não podia tocar ou mover coisa alguma.

Junto comigo havia outro espírito, que me incentivava a fazer alguns procedimentos. Com ele eu aprendi a manipular pequenos objetos, então peguei um lápis e comecei a escrever num papel. Escrevia sobre quem eu era e a minha experiência pós morte. Mas em um dado momento, escrever começou a ficar difícil. Eu não conseguia escrever palavras inteiras, e ao mesmo tempo a caligrafia se deteriorava. Então percebi que o eu espiritual estava, na verdade, se desfazendo. Pois, assim como o corpo material retorna à terra de onde veio, o meu espírito, como energia, estava dissipando-se, diluindo-se, retornando ao universo de onde veio. E eu senti uma grande sensação de compleição... eu estava voltando para casa.

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